As vezes eu não consigo dormir e fico aqui pensando em tudo. Pensando na vida, pensando em tudo que existe em minha volta e até o que não existe. E desejando muito, muito de tudo. De tudo que possa me fazer sentir melhor.
Eu fico pensando em todas as injustiças que há, em todas as pessoas que sofreram e sofrem com isso e que um dia eu sofri e posso sofrer; estamos todos expostos a isso. O mundo é injusto e estamos longe de obter uma melhora digna nisso.
Enquanto uns estão no seu escritório, com seu ar condicionado planejando alguma viajem maravilhosa roubando os mais necessitados, outros estão por ai, passando fome, querendo apenas um prato de comida. E ai ? De quem é a culpa ? Dessas próprias pessoas que estão passando necessidades, da nossa forma de governo, das diferenças sociais, desses políticos corruptos , da falta de oportunidade; de quem é a culpa ? Eu considero tão bonito e humano o trabalho de algumas pessoas em ajudar , em pegar o próprio dinheiro e dividir pra dar a alguém um pouquinho que seja só pra existir um melhora e ver um sorriso no rosto. E ter a alma purificada. Eu queria sim ajudar algo/alguém, assim, da forma que vejo trabalhos como a da Angelina Jolie, que doua 1/3 do seu dinheiro pra ONU. Mas, infelizmente não posso ;/ . Um dia eu vou.
Penso também em como as pessoas agem uma com a outra, o egoísmo todo, a falsidade, a falta de consideração. E acabo lembrando de um cara de Campinas que conheci essa semana; fantástico e contagiante ! Gostava de abraços, de deixar claro o amor pelas pessoas, a sua simplicidade, inteligência .. tudo. Eu até gostaria de ser assim, pois ele era uma pessoa que você não se cansa fácil, você fica congelado olhando pra ele, ouvindo as histórias e viajens.. e tudo fica bem. Mas eu não consigo, as pessoas são falsas demais, então prefiro me proteger e tomar distância dessa espécie do que me poluir com ela. É, eu sou realmente HUMANA! Tenho tantos defeitos, detesto tanta coisa e não tenho esse "amor" fácil.Mas sei assumir todos os meus erros e aceito todos, são meus, eu que vou carregar eternamente comigo e estou bem assim. Pois não nego quem sou. Sou digna comigo mesma! E tudo que eu espero de verdade é que um dia as pessoas não tenham que sofrer tanto por esse mundo(não que não estejam sofrendo já), essa podridão toda, que amem o que há de bom e acordem pra viverem de verdade. Alguns já fazem sua parte ... !
"Por que escrevo ? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale nada" - por Tati Bernardi
Quem sou eu
- ≠ Jayne Marzochio
- Votuporanga, SP, Brazil
- "Um dia estarei curada e hei de transformar essas feridas em trágicas comédias"
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
há !
É muito fácil para as pessoas olharem pra mim e já concluírem uma ideia precipitada. E sempre erram. Tenho raiva da mania das pessoas de sempre pensarem que sabem o que eu sinto e penso, se eu mesma as vezes não sei. Raiva de se intrometerem tanto.Gostaria de detonar cada um deles, sem deixar vestígios. Sem que eu saia como a má e sim como alguém melhor, que só quis justiça, e uma justiça que não há voltas.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Mais um ano ...
Esse ano eu obtive algo que nunca fez parte da minha personalidade: paciência. Nunca consegui ser paciente, sempre tinha que ser do meu jeito, da minha forma, na hora que eu desejasse. E aprendi que tem momentos e pessoas que mudam isso na gente e pelo afeto que temos por elas mudamos isso facilmente, as vezes não. E esse ano eu surpreendi eu mesma.
Aprendi que nem todas as perdas trazem sofrimento, ao contrário, traz um crescimento e uma paz. E que as vezes só temos medo de tirar alguém da nossa vida, que na realidade nem são tão importantes assim como pensamos.
Não gosto de datas comemorativas, como o Natal. Pessoas que nem se gostam desejando que a outra seje feliz, tudo na maior falsidade. Por isso que eu nunca dei importância pra essa data, como não dou importância de passar com família ou não, porque pra mim é como se fosse um dia qualquer. Só desejo que o ano de 2011 chegue e com ele eu consiga conquistar tudo que eu quero. Só tenho mais um ano pra decidir o rumo exato da minha vida, o que realmente vou querer pra ela e ainda estou um pouco confusa.
Ano de 2010 está acabando, houve perdas e ganhos. Conheci várias pessoas esse ano que eu adorei ter conhecido, e outras que são indiferentes.
Há tanta coisa que tenho pra dizer, tantos sentimentos que ainda quero sentir , lugares que quero conhecer e muito mais. Todas minhas vontades estão aqui, guardadas dentro de mim esperando ansiosamento para serem realizadas.
E que venha 2011, com um novo 'entra e sai' de pessoas (há algumas que eu desejo que fiquem para sempre na minha vida; nunca saiam), com novas conquistas, novos medos, atropelos, tombos, merdas, alegrias e tudo mais.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Moça, interrompida - livro.
" As pessoas perguntam. Como você foi parar lá? O que querem saber , na verdade, é se existe alguma possibilidade de também acabarem lá. Não sei responder a verdadeira pergunta. Só posso dizer: É fácil.
E é mesmo fácil escorregar para dentro de um universo paralelo. São tantos... O mundo dos insanos, o dos criminosos, o dos aleijados, o dos moribundos... talvez o dos mortos, também. Mundos que convivem com este mas não lhe pertecem, embora a ele se assemelham
(...)
No universo paralelo , ficam revogadas as leis da Física. Nem sempre o que sobe desce, um corpo em repouso não tende a permanecer assim e nada garante que toda a ação corresponderá a uma reação igual e contrária."
Há alguns dias atrás eu terminei de ler o livro "Moça, interrompida" do filme "Girl, Interrupted" contando sobre a história de Susanna Kaysen em uma clínica psquiátrica. (acima um pequeno pedaço da primeira página do livro)
O livro é realmente bom e muito interessante, só que como nada é perfeito, eu acabei me decepcionando um pouco com o filme,depois de lê-lo.
A explicação que a escritora faz sobre a "disfunção da personalidade limítrofe" foi excelente, o que fez eu compreender mais um pouco sobre o assunto e até me interessar mais a respeito dos conceitos da loucura.
"Uma luz como essa não existe, mas nós desejamos que exista. Desejamos que o sol nos faça jovens e belos, desejamos que nossas roupas reluzam e deslizem sobre nossa pele e, acima de tudo, desejamos que todos os nossos conhecidos possam se iluminar com um simples olhar nosso, como acontece com a criada que segura a carta e o soldado de chapéu.
A moça e sua música vivem em outro tipo de luz, a luz caprichosa e mortiça da vida, que só permite que nos vejamos e aos outros imperfeitamente, e raras vezes."
-
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Minhas lágrimas não caem mais,
Eu já me transformei em pó
E os meus gritos não se escutam mais
Estão na direção do Sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta e traz
O vazio de viver só...
Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo transformando o silêncio que até então é mudo
Naquela canção,
que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala frente ao tempo que não para frente a nossa lucidez.
(Cidadão quem - Ao fim de tudo)
Eu já me transformei em pó
E os meus gritos não se escutam mais
Estão na direção do Sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta e traz
O vazio de viver só...
Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo transformando o silêncio que até então é mudo
Naquela canção,
que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala frente ao tempo que não para frente a nossa lucidez.
(Cidadão quem - Ao fim de tudo)
- é exatamente assim que tudo está. :s
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Desfile -
Ano passado, nessa mesma época eu tive uma das maiores experiências na minha vida. Conheci pessoas maravilhosas, tive emoções desde então desconhecidas e uma noção básica do que nunca pensei que conheceria. E de como não é nada fácil.
Mesmo sendo algo "pequeno", teve um valor imenso para mim e para meu crescimento. E tudo isso foi graças a Ingrid Missio(vestido preto com laço rosa), que mesmo estando longe por agora, continua sendo uma pessoa especial; uma pessoa daquelas que a convivência é ótima. E o que tornou tudo mais especial foram as outras pessoas que conheci, como: a Lívia(vestido vermelho com bolinhas), Yeda (vestido azul) e também a Paola(que infelizmente não pode desfilar, deixando o lugar pra Yeda).
Houve acontecimentos constrangedores, de tensão, alegria. Uns momentos bipolares. (elas entendem). Tudo foi ótimo.
Foi um desfile, onde o tema retradado por Ingrid era " Pin Up" , baseado na Dita Von Teese.
Amei tudo que vivi nos dias que passei com elas. A ida na casa da Lívia no começo desse ano, o vinho na beira da estrada escura(literalmente) *-*. tudoo. Amei dormir com elas e acordar com um bilhetinho super fofo da Ingrid ao lado *-* . Tudo foi muito especial.
Se alguém tiver a oportunidade de fazer algo semelhante, não deixe passar. Infelizmente essa carreira pra mim não deu certo, fui chamada 2 vezes pra assinar contrato em uma agência, mas a minha mãe não permitiu (medinho de eu mudar e ficar longe dela; e até mesmo de eu entrar em mundo onde ninguém acha digno '--)
- A oportunidade esteve bem a minha frente e talvez eu levasse uma vida bem diferente da que eu tenho hoje se tudo desse certo. Não é fácil. Pelo ao contrario, é cansativo. Basta força de vontade.
Eu agradeço a Ingrid, Lívia, Yeda, Paola ; adorei ter conhecido cada uma e morro de saudade de toooodas³. E me orgulho do trabalho dela, da Ingrid, que suou muito . Ficou lindo.
SAUDADES <333
"Yeah, don't cross my path!
(...)
Singin' the blues while the lady cats cry
"Wild stray cat you're a real gone guy"
I wish I could be as carefree and wild
But I got cat class and I got cat style ♫"
Stray Cats - Stray Cat Strut
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Se eu pudesse fugir...
Simplesmente cansei.
Cansei de estudar. Cansei das pessoas. Cansei de internet. Cansei de me preocupar com assuntos como : que faculdade vou fazer ? Cansei da maior parte das coisas que estão ao meu redor.
Eu quero apenas ser feliz. Estar junto dele(namorado) e ser feliz. É a única coisa, tirando a companhia da minha melhor amiga que eu não cansei.
Eu tenho saudades de muitas pessoas e lugares também. Ou de pelo menos como eram os lugares antigamente. Antes de pessoas invadirem espaços e estragarem com a maior falsidade o que faz alguém feliz, ou pelo menos distante daquilo que o faz realmente triste.
Cansada de ouvir o que tem que fazer ou deixar de fazer.
Cansada até mesmo desse sentimentalismo barato que me ataca todos os dias e noite. Dessa bipolaridade que me acompanha.
E ainda mais cansada de menininhas que em vez de falar na cara, diretamente para mim deixando o anônimato de lado , falarem para outras pessoas. Cansada de menininhas mimadinhas que ficam embaixo das asinhas da mamãe e não deixam de lado essa porra de pose de santa e enfrentam logo a realidade dos fatos.
É! CANSEI DE TUDO²!
e quero que tudo se foda também ; não devo nada a ninguém, não preciso de ninguém para ter as coisas que eu quero, não é nenhuma das pessoas baixas que pagam os meus gastos, meus vícios.Não são essas pessoas também que vão fazer com que eu desista do que eu realmente amo.
E se querem saber: SOU MUITO FELIZ COM TUDO QUE EU TENHO ! Porque eu sei o que realmente tem valor. E sei que somente eu vou poder ir atrás do que acho digno pra mim. Ao contrário dessas menininhas de 14/15 anos que não sabem nada da vida, e ficam reclamando de tudo. E as vezes o simples motivo disso é porque perderam um namoradinho. Não tem nenhum motivo realmente válido ou digno pra isso.
Só eu sei o que carrego comigo. E antes que alguma dessas mediocridades venham falar comigo, quero que reflitem muito bem e pensem : eu valho a pena?
Faça essa pergunta de si para si mesmo.!!! Muitos descobrirão que realmente não valem nada do que pensavam. :***
Muitas pessoas pensam que eu odeio tudo, mas há coisas na vida que eu amo, e o que eu amo é muito importante. (Marilyn Manson)
Maysa |
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Música.
Música é tudo.
Músicas marcam momentos,pessoas. Qualquer acontecimento pra mim. Não vivo sem elas. Por mais que ultimamente ando sem um certo tempo para escutá-las. :s
Comecei a gostar de música com meu pai, que foi apresentando todos os sons que ele gosta quando eu tinha 9/10 anos. E meus gostos musicais deram partida graças a ele.
Nos dias atuais gosto de mais bandas diferentes. Não tem que ser de um estilo específico, só tem que me tocar.
E eu tenho um defeito : fico numa música ou em uma banda até enjoar , até depois de um tempo bater saudade e fazer eu querer escutá-la novamente como se fosse a primeira vez.
Favoritas:
Marilyn Manson(Running to the Edge of the World)-
Seether(The Gift)-
The Distillers(Hall Of Mirrors)-
Seether(The Gift)-
The Distillers(Hall Of Mirrors)-
Pearl Jam(Black)-
Foo Fighters (All My Life)
Within Temptation (Frozen)-
Nirvana(Stay Away)-
Courtney Love(Doll Parts)-
Amy Winehouse(Tears Dry On Their Own)-
Foo Fighters (All My Life)
Within Temptation (Frozen)-
Nirvana(Stay Away)-
Courtney Love(Doll Parts)-
Amy Winehouse(Tears Dry On Their Own)-
Stone Sour(Zzyzx Rd)-
Sonata Arctica(Tallulah)-
Spinnerette(Bury My Heart )-
Guns N' Roses(Patience)-
Avenged Sevenfold(Dear God)-
Slipknot(The Shape)-
Slipknot(The Shape)-
Bullet For My Vallentine(Tears Don't Fall)-
Alanis Morissette(Not The Doctor)-
Alanis Morissette(Not The Doctor)-
Alice ins Chain(Bleed The Freak)-
Oasis(Stop Crying Your Heart Out)-
Oasis(Stop Crying Your Heart Out)-
Radiohead(Just)-
Megadeth (À Tout Le Monde)-
Megadeth (À Tout Le Monde)-
Johnny Cash - Hurt
Nine Inch Nails - Only
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Demais:
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Ozzy Osbourne - In My Life
The Used(Buried Myself Alive)-
S.O.A.D(B.Y.O.B)-
S.O.A.D(B.Y.O.B)-
Hypocrisy(Paradox)-
Disturbed(Remember)-
Bad Religion(Broken)-
Sonic Youth(Drunken Butterfly)-
Korn(Freak on a Leash)-
Bad Religion(Broken)-
Sonic Youth(Drunken Butterfly)-
Korn(Freak on a Leash)-
Red Hot Chili Peppers(Otherside)-
Evanescence(Breathe)-
Evanescence(Breathe)-
Rage Against The Machine(Killing In The Name)
Iron Maiden(Afraid To Shoot Strangers)-
Nightwish(She Is My Sin)-
Katy Perry(Thinking Of You)-
Katy Perry(Thinking Of You)-
After Forever(Monolith Of Doubt)-
Brasileiras:
Cazuza(Por que a gente é assim?)-
Legião Urbana(Quase sem querer)-
Mamonas Assassinas(1406)-
Matanza(Tempo Ruim)-
O Teatro Mágico(Sobra Tanta Falta)-
Cássia Eller(Blues do Iniciante)-
Los Hermanos(Último Romance)
Legião Urbana(Quase sem querer)-
Mamonas Assassinas(1406)-
Matanza(Tempo Ruim)-
O Teatro Mágico(Sobra Tanta Falta)-
Cássia Eller(Blues do Iniciante)-
Los Hermanos(Último Romance)
Maysa - Demais
Cidadão Quem - Ao Fim de TudoPitty - 8 ou 80
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Cada um podia cuidar da sua vida né? :D ¬¬'
Cansei já faz algum tempo e agora não dá mais.
Cansei de pessoas que fazem pose de quem são "poderosas", "donas da verdade" e passam a maior parte do tempo criticando os demais pra se sentirem superiores. Gosto de críticas, acho que todas elas devem servir para nós tentarmos melhorar. E aceito todas com respeito, mas desde que veem de pessoas que sabem fazê-las, sem pitadas de sarcasmmo e irônia. E que cada uma dessas pessoas, olhem antes de tudo pra sua própria vida, sua própria imagem, caráter, consciência e pessoas que convivem.
Não saio por ai falando que sei um monte de coisa, falando de qualquer pessoa pra me sentir melhor. Eu sei o que eu valho. Eu me conheço perfeitamente. E mais cansada ainda de pessoas que não fazem parte da minha vida mas ficam comentando sobre mim. Perdendo tempo com a vida, a história de uma pessoa que não cabe a elas. Por que apenas essas pessoas não me esquecem ? Mas esquecer LITERALMENTE, do tipo: nunca mais pronunciar meu nome, nem em qualquer comentário. E que passei algum momento presente.
Elas podiam me esquecer, da mesma forma que eu, da mesma forma que vivo bem melhor sem todas elas. Mas infelizmente elas gostam de deixar algum rastrinho, só pra eu lembrar dessa podridão toda.
Não quero me meter na vida de ninguém; desisti faz tempo de ter algum laço amigável, de respeito. E a mesma forma que eu desisti, desejo que desistem da minha vida também. Porque não convém a NINGUÉM. ABSOLUTAMENTE A NINGÉM!
- O que eu faço da minha vida é problema meu, só cabe a mim distinguir se é certo ou errado, se vai ser bom ou ruim. E se caso eu estiver errada eu quero aprender isso tudo SOZINHA.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
É!
2008 |
Não posso sorrir todos os dias, não posso estar sempre em comando das situações. Bato a canela em uma quina e preciso lidar com a dor. Algumas situações derramam realidade: você cai de joelho e o sangue aparece, e daí você precisa chorar.
Eu costumava chorar por dias a fio, exposta aos germes dos meus sentimentos. Eu costumava deixar meu corpo jogado às traças. Gosto de pensar que cresci, mas ainda não posso me desconectar e achar que tudo tem somente 15 minutos de estrelato. Apesar da sociedade, apesar dos programas na televisão, apesar das revistas de fofoca. Eu gosto de pensar que aquilo que passa deixa uma marca, que são pequenos pedaços de um quebra-cabeça, exato!
Gostaria de entender este universo contraditório que me rodeia, esta personalidade dupla que me abraça. Gostaria de escrever textos incríveis todos os dias, gostaria de escrever os melhores livros do mundo. Gostaria de sempre fazer críticas significativas. Gostaria de não precisar errar, mas eu não posso, o erro é o clímax do acerto. Conforme o relógio bate, tudo sempre poderia ter sido melhor, mas não devo olhar para trás, não posso viver a vida com os olhos grudados no retrovisor.
Quero sim ser uma boa pessoa e sei que às vezes decepciono a mim mesma. Faço coisas e deixo a excitação me afagar, mas não posso me arrepender, preciso me aceitar.
Não gosto deste sentimentalismo barato que me ataca, não gosto de ficar nua para tanta gente me assistir, mas sou assim. E a única coisa que importa realmente, quando as luzes se apagam, é a fidelidade que tenho a mim mesma, aos meus defeitos e qualidades, aos dias em que me sinto enorme, aos dias que me sinto uma formiga. Por mais clichê que possa parecer. Mas somos todos clichês, somos humanos, os criadores desta busca incansável por realização. Sorrimos com os pequenos goles de ar de felicidade e depois deixamos dormir, até que o próximo sobressalto aterrisse.sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Meu Sonho.
Sonhei com um mundo lindo, colorido e cheio de flores. Mas não era real.
Meu mundo real é tropeços em corpos, onde no ar há cheiro de pólvora. Quando então percebi que estava em um sonho, só restou o medo de acordar. O medo do mundo.
Pudera eu continuar sonhando com esse mundo, que não me pertence, que só vou encontrar em sonhos.
Meu mundo real está a me esperar, mas com a esperança, com a fé daquele sonho, que mesmo sendo um ledo engano, é o mundo real em mim.
-
We're part of a story, part of a tale
Sometimes beautiful and sometimes insane
No one remembers how it began
Within Temptation - Never Ending Story
Meu mundo real é tropeços em corpos, onde no ar há cheiro de pólvora. Quando então percebi que estava em um sonho, só restou o medo de acordar. O medo do mundo.
Pudera eu continuar sonhando com esse mundo, que não me pertence, que só vou encontrar em sonhos.
Meu mundo real está a me esperar, mas com a esperança, com a fé daquele sonho, que mesmo sendo um ledo engano, é o mundo real em mim.
-
We're part of a story, part of a tale
Sometimes beautiful and sometimes insane
No one remembers how it began
Within Temptation - Never Ending Story
Vídeo da música.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Angelina Jolie
Só que na minha opinião, um dos melhores filmes que ela vez foi Girl, Interrupted. Que retrata sobre a história de Susanna Kaysen, questionando a respeito da loucura. E a Jolie interpreta Lisa, uma sociopata. (foto abaixo) Um papel super válido, que me inspirou muito e tornou-se uma influência, além de ser meu filme predileto.
- Girl, Interrupted.
Curiosidades sobre Angelina Jolie:
• Foi casada com o ator Jonny Lee Miller . Na cerimônia, a atriz vestia uma calça preta de couro e uma camiseta branca. Nesta camiseta, Angelina escreveu o nome do ator com o seu próprio sangue e utilizava um amuleto com sangue do ator.
• Na adolêscencia deixou as aulas de teatro por querer seguir a carreira de agente funerária.
• Começou a cortar-se, e colecionava facas e adagas de vários tamanhos e procedências e já disse que os usava em seus jogos sexuais. Apaixonada por facas, que considera obras de arte, aprendeu a atirá-las quando mais jovem. E tem algumas cicatrizes pelo corpo feitas de propósito.
• Além de colecionar facas, coleciona também livros raros;
• Fez uma participação junto com Rolling Stones no video clip da música "Anybody Seen My Baby?";
• O irmão cineasta James Haven Voight é dois anos mais velho, mas Angelina o trata como caçula. Repleta de beijos, abraços e declarações de amor, a relação dos manos mexeu com a imaginação dos fofoqueiros e logo o nome deles foi ligado a incesto em jornais e revistas;
• Angelina adora cobras e lagartos. Chegou a ter um chamado Vladmir e uma cobra que atendia pelo nome de Harry Dean Stanton. Ela adora Anaconda, aquele filme da cobra gigante que seu pai estrelou;
• Maconha foi a droga que menos gostou de experimentar, por ter se sentido “boba e pateta”, segundo afirmou em entrevista. Ela também revelou ter experimentado todo tipo de droga em seus tempos de rebeldia, que foram deixados para trás, há anos;
• Sobre sexo, ela diz que não existe nada melhor, principalmente quando está ligada em alguém. E nunca acha demais;
• Foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Cansa.
Sei que não sou a pessoa mais correta que existe, pelo contrário. Cometo erros e faço coisas que quando pequena me ensinaram a não fazer, não dizer. Mas eu sei o que é correto pra mim e para as pessoas que eu AMO. Então tento de tudo pra nunca desagradá-las , porque eu detestaria se fizessem comigo. Eu mais do que ninguém sei o que me faz bem. Me considero justa. E penso que ninguém deve fazer algo para alguém se não quiser que passe pelo mesmo. Assim a existência da desconfiança não existirá. Só que as vezes me decepciono, e sei que todos ja se decepcionaram com alguém. Mas eu queria que essas pessoas que eu considero importante tivessem a consciência disso e soubessem como é ruim ;/
tears dry on their own ♫
tears dry on their own ♫
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Sexta-Feira, 24 de setembro de 2010
AAAAAAAAH ontem ela esteve aqui passando a tarde inteira comigo *-*
Fiquei extremamente feliz.
Ouvir a voz dela, conversar sobre assuntos bobos e importantes. Rir. E ter a EXTREMA paciência de ficar esperando ela escolher sapato. Eu realmente não sirvo pra isso; pra esperar, teer paciência ;s
E se tudo der certo vejo ela de novo rápido ou pelo menos no meu aniversário. *-* (Odeio a ideia de ficar mais vellha --')
Não tinha dado certo dela vir na quarta, então veio ontem. Em compensação minha prima Nati veio passar a tarde comigo. @.@ Tentamos assistir filme, mas não houve muita colaboracão da parte do filme :x .
Agoora, vou me arrumar e passar a tarde e a noite inteiira com o Mô *-* <3
Ps: Loooly eu tee amo muito. Melhor amiga. Meu alicerce ♥
Obrigaada por ter vindo!
Girlfriend !
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Dalle
Estou com saudade da Dalle ;s
Quando ela chegou em casa, no primeiro dia que o Ghost a trouxe *-* ela chorava, chorava e só chorava, super manhosa. Com o passar do tempo ela foi se acostumando, crescendo e aprendendo a ser uma mau carater. Hoje ela foge, fica fora de casa uns 2 dias e sempre aparece no final na vizinha.
Na noite de sábado(18) ela sumiu de novo. E fico pensando: como ela consegue pular o telhado da vizinha de baixo sem se machucar ? Tudo bem que ela está sem 2 dedinhos ><. Mesmo ela me mordendo quando não a deixo dormir, mordendo tooodooos. Eu a amo. e sempre ela volta. Mas assumo que estou com medo, porque ela ainda não voltou. E já fui todos esses dias na vizinha procurá-la !
</3
MAAAAAAAAAAAAAAAAS... em compensação; amanhaã a Looly vaai estar aqui em Votuu. Passando a tarde comiigo. *-*
(L)arissa <3
domingo, 19 de setembro de 2010
Domingo, 19 de setembro de 2010
Aconteceram tantas coisas nos últimos tempos e tudo ajudou a formar o que sou hoje e que provavelmente vou continuar a ser pro resto da vida. Não tem como fugir mais, o molde está pronto e trancafiado.
Sou aquilo que quero ser e não quero que questionem o que eu faço. Eu faço aquilo que chamo de felicidade (por mais que não acredite o tempo todo nela) e não importa se não estou no caminho certo, pois enquanto eu achar que estou, pra mim faz sentido e é isso que importa.
Não gosto de olhar pra trás, nem de tentar adivinhar o que vai ser do amanhã. Olhar para o ontem me assusta, por isso procuro sempre olhar para frente. Nem pro chão olho mais, pois se tiver que cair, caio de uma vez e não fico procurando formas de não me machucar.
Há tempos minha ficha caiu, percebendo que a vida é escrita em linhas muito tortas. Escrevi minha história entre dramas e crises intensas, tentando sentir na pele todas as sensações de uma só vez. E como o Ghost mesmo fala : você é muito complicada, é louca. E vejo que ele sempre tem razão. Mas estou sempre tentando me estabilizar mais e mais, sempre. E percebendo o significado mágico que cada lembrança, lágrima, sorriso, paixão, decepção, ódio e amor tiveram.
Não há porque estragar nada, somente caminhar de cabeça erguida para o futuro que está finalmente nas minhas mãos.
Sou aquilo que quero ser e não quero que questionem o que eu faço. Eu faço aquilo que chamo de felicidade (por mais que não acredite o tempo todo nela) e não importa se não estou no caminho certo, pois enquanto eu achar que estou, pra mim faz sentido e é isso que importa.
Não gosto de olhar pra trás, nem de tentar adivinhar o que vai ser do amanhã. Olhar para o ontem me assusta, por isso procuro sempre olhar para frente. Nem pro chão olho mais, pois se tiver que cair, caio de uma vez e não fico procurando formas de não me machucar.
Há tempos minha ficha caiu, percebendo que a vida é escrita em linhas muito tortas. Escrevi minha história entre dramas e crises intensas, tentando sentir na pele todas as sensações de uma só vez. E como o Ghost mesmo fala : você é muito complicada, é louca. E vejo que ele sempre tem razão. Mas estou sempre tentando me estabilizar mais e mais, sempre. E percebendo o significado mágico que cada lembrança, lágrima, sorriso, paixão, decepção, ódio e amor tiveram.
Não há porque estragar nada, somente caminhar de cabeça erguida para o futuro que está finalmente nas minhas mãos.
sábado, 18 de setembro de 2010
PIN UP
Dita Von Teese |
As pessoas de hoje julgam demais e não olham seus próprios defeitos e vontades reprimidas. Isso faz com que as pessoas julguem as que tem coragem de serem o que querem e fazer o que gostam.
Uma vez, conversando com uma pessoa que não quero citar o nome, ela própria assumiu que não gostava do meu jeito e considerava VULGAR. E o que seria VULGAR ? A maneira de uma pessoa se vestir ou agir ? Um conjunto dos dois ? Ninguém me conhece de verdade pra saber como sou. E as pessoas que conhece, entendem.
Pra mim espartilhos, cinta liga, persex, meia 7/8, lingerie são acessórios essenciais. Gosto de Strip, fotos sensuais, mulheres que não tem vergonha de assumir o que realmente gostam. Sou feminista, detesto machismo e acredito que homens e mulheres devem ser igualitários.
Fico fascinada com as pin up. Mulheres entre o caminho: ingenuidade e malícia. Acho simplesmente apaixonante e uma das mulheres que considero um símbolo desse termo é a Dita Von Teese, responsável pela reinvenção da estética pin-up dos anos 40 e 50 e do termo "burlesco" associado à arte ancestral do strip-tease. Ela é uma fetichista assumida, modelo, atriz e chegou a escrever um livro duplo chamado: Burlesque and the Art of Teese/Fetish and the Art of Teese.
Há outros nomes como: Betty Grable, Betty Page, Marilyn Monroe, Rita Hayworth, entre outras.
Dita Von Teese é conhecida também por protagonizar o espetáculo que inclui um banho numa taça enorme de Martini. É ex mulher do Marilyn Manson, com quem chegou a fazer uma participação no clip “Mobscene” e dona de um estilo próprio e feminilidade.
Frases de Dita :
- “Podemos não nascer naturalmente bonitos, mas podemos criar glamour e elegância"
-"Não andamos por aí nus como viemos ao mundo, não é? Podemos escolher a forma como queremos que o mundo nos veja"
-"Viva a sensualidade feminina"
-"Lingerie não deve ser algo que você coloca pro seu amante; você deve fazer isso por você. Não é algo sobre seduzir homens, mas sobre abraçar sua feminilidade”.
-"Não andamos por aí nus como viemos ao mundo, não é? Podemos escolher a forma como queremos que o mundo nos veja"
-"Viva a sensualidade feminina"
-"Lingerie não deve ser algo que você coloca pro seu amante; você deve fazer isso por você. Não é algo sobre seduzir homens, mas sobre abraçar sua feminilidade”.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
GIRLFRIEND
Larissa Prado <3
Certeza Permanente
O tempo passa e muda quase de uma maneira surreal. Foram bons tempos ao seu lado. Tempos que vão ficar para sempre no projetor da memória. Com quem aprendi muito. E sei que o futuro vai proporcionar melhores momentos ainda. Porque ele proporciona nas poucas vezes que vejo você.
Mesmo com as mudanças que as pessoas ao nosso redor tiveram e meus sentimentos por elas que mudaram, você foi a única que manteve sempre INTACTO, sem nenhum arrãozinho. Não nos vemos muito, isso que você mora numa cidadezinha aqui do lado, e por conta disso sempre sinto sua falta. Em todos os momentos. Mas você esta sempre ao meu lado, sabe tudo da minha vida, dos meus problemas e traumas. Sabe de tudo que carrego e eu sei de você. Você me tranquiliza e sabe exatamente o que dizer, indepentente se eu vou ficar com raiva, mas eu sei que é apenas pelo meu melhor.
Podem me tirar tudo que tenho, mas jamais vão tirar o que está dentro de mim, e você ocupa uma das maiores partes existentes.
Amizade de 3 anos que nunca ninguém conseguiu destruir, mesmo com tudo que já passamos.
Irmã de espécie. HSAUISHUAHSUAHSU
sempre entendemos o que a outra sente e toma as dores.
Nunca vou abandonar você. Nunca abandonei e sempre vou estar do seu lado, pra tudo que precisar.
TE AMO TEE AMOO. GIRLFRIEND! ♥
• estou sentindo sua falta. tudo que eu queria é que você estivesse agora ao meu lado e que eu estivesse ouvindo a sua voz. Ouvir suas loucuras e rir de todas dela, ver você sorrindo. Sua risada(gargalhadas) apaixonante *-*. saudade saudade SAUDADEE </3
Certeza Permanente
O tempo passa e muda quase de uma maneira surreal. Foram bons tempos ao seu lado. Tempos que vão ficar para sempre no projetor da memória. Com quem aprendi muito. E sei que o futuro vai proporcionar melhores momentos ainda. Porque ele proporciona nas poucas vezes que vejo você.
Mesmo com as mudanças que as pessoas ao nosso redor tiveram e meus sentimentos por elas que mudaram, você foi a única que manteve sempre INTACTO, sem nenhum arrãozinho. Não nos vemos muito, isso que você mora numa cidadezinha aqui do lado, e por conta disso sempre sinto sua falta. Em todos os momentos. Mas você esta sempre ao meu lado, sabe tudo da minha vida, dos meus problemas e traumas. Sabe de tudo que carrego e eu sei de você. Você me tranquiliza e sabe exatamente o que dizer, indepentente se eu vou ficar com raiva, mas eu sei que é apenas pelo meu melhor.
Podem me tirar tudo que tenho, mas jamais vão tirar o que está dentro de mim, e você ocupa uma das maiores partes existentes.
Amizade de 3 anos que nunca ninguém conseguiu destruir, mesmo com tudo que já passamos.
Irmã de espécie. HSAUISHUAHSUAHSU
sempre entendemos o que a outra sente e toma as dores.
Nunca vou abandonar você. Nunca abandonei e sempre vou estar do seu lado, pra tudo que precisar.
TE AMO TEE AMOO. GIRLFRIEND! ♥
• estou sentindo sua falta. tudo que eu queria é que você estivesse agora ao meu lado e que eu estivesse ouvindo a sua voz. Ouvir suas loucuras e rir de todas dela, ver você sorrindo. Sua risada(gargalhadas) apaixonante *-*. saudade saudade SAUDADEE </3
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
CLARICE LISPECTOR
PERDOANDO DEUS
Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.
Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso “fosse mesmo” o que eu sentia – e não possivelmente um equívoco de sentimento – que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre.
E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos.
Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contigüidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admiro e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva. Então era assim?, eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado poderia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais.
Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar – não conte, só por carinho não conte, guarde para você mesma as vergonhas Dele – mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação.
… mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de “mundo” esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que “Deus” é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.
- Felicidade Clandestina.
Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.
Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso “fosse mesmo” o que eu sentia – e não possivelmente um equívoco de sentimento – que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre.
E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos.
Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contigüidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admiro e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva. Então era assim?, eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado poderia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais.
Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar – não conte, só por carinho não conte, guarde para você mesma as vergonhas Dele – mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação.
… mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de “mundo” esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que “Deus” é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.
- Felicidade Clandestina.
• Simplesmente admiro a Clarice Lispector e todas as suas obras. E essa "Perdoando Deus" nunca me canso de ler, posso ler várias vezes e sempre parece ser inédito. Tudo que sai dos seus pensamentos e vão para os papéis é exatamente o que eu sinto. E esse conto ainda mais.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
O que eu posso esperar do mundo?
Talvez as pessoas não enxerguem como é assustador lá fora ou talvez não se importam com essa selvageria.
Houve um tempo que eu acreditei que viver seria simples e agora vendo os fatos vejo como me enganei.
Assumo: tenho medo de crescer, das responsabilidades e com elas fracassar. E um desespero me ataca quando penso que o mundo não para.
Será que essas pessoas que vivem com essa carga de responsabilidade são felizes? Por que o mundo sempre acha que o certo é saber pra onde se deve ir? Que se eu souber já não terá tanta graça, mas se não, posso dar de cara com as dificuldades que podem mostrar que não sou tão forte como pensam alguns; como me sinto.
O que seria felicidade? O que seria uma pessoa realizada? Chegar na velhice aposentada com bens materiais e uma família aparentemente feliz? Pra chegar no final e não poder levar nada comigo? Perder todo esse tempo e no último dia da minha vida não fará diferença. Como se eu fosse pensar no que tenho em material. Só vou pensar nas pessoas, nos momentos, nos meus amores, vícios; o que fizeram a diferença. E é por isso que me importo e muito com tudo que é válido pra mim. Tudo que me consome.
Talvez as pessoas não enxerguem como é assustador lá fora ou talvez não se importam com essa selvageria.
Houve um tempo que eu acreditei que viver seria simples e agora vendo os fatos vejo como me enganei.
Assumo: tenho medo de crescer, das responsabilidades e com elas fracassar. E um desespero me ataca quando penso que o mundo não para.
Será que essas pessoas que vivem com essa carga de responsabilidade são felizes? Por que o mundo sempre acha que o certo é saber pra onde se deve ir? Que se eu souber já não terá tanta graça, mas se não, posso dar de cara com as dificuldades que podem mostrar que não sou tão forte como pensam alguns; como me sinto.
O que seria felicidade? O que seria uma pessoa realizada? Chegar na velhice aposentada com bens materiais e uma família aparentemente feliz? Pra chegar no final e não poder levar nada comigo? Perder todo esse tempo e no último dia da minha vida não fará diferença. Como se eu fosse pensar no que tenho em material. Só vou pensar nas pessoas, nos momentos, nos meus amores, vícios; o que fizeram a diferença. E é por isso que me importo e muito com tudo que é válido pra mim. Tudo que me consome.
Apenas mais uma experiência!
Pensar na minha vida de uns tempos para cá, so me fez perceber que nada, nada fica aqui para sempre. As vezes as pessoas simplismente cansam... desaparecem, dão um tempo, e quando somem de nossas vidas, as vezes nos não sabemos porque. Mas é assim, tudo passa, tudo é uma fase, uma experiência, e no final acaba sendo apenas lembranças. E por esse motivo, entre outros como adorar escrever, estou criando o Blog.
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